Câncer: um diagnóstico, que por si só, é capaz de devastar a saúde emocional e psicológica de uma pessoa.
Muitas vezes isso acontece porque, mesmo apesar da causa e a cura do câncer permanecem na obscuridade, a doença é encarada e sentida como um castigo ou punição, uma vez que o câncer está associado ao estigma da morte. Mas nos casos de câncer de mama, isso é ainda mais complicado. Já que os impactos dela estão diretamente relacionados com a imagem estética de uma mulher.
O medo por traz do resultado da mastectomia, do tratamento através de rádio ou quimioterapia são justificáveis. Associamos o que somos à nossa imagem pessoal e desapegar disso é no mínimo doloroso para aquelas mulheres que se veem obrigadas a redescobrir sua própria autoestima.
No entanto, crenças disfuncionais podem levar ao desenvolvimento de depressão e isolamento social. Nesse momento, a empatia médica faz toda diferença, já que cabe ao oncologista e/ou cirurgião mostrar as possibilidades de cura, a sua relação com a estética e como isso pode ser vivido e superado. Além disso, cabe a esse primeiro intermediário aconselhar e incentivar a busca por apoio psicológico, que deve ser vista como uma forma de tratamento e iniciada imediatamente após o diagnóstico e definição da conduta terapêutica oncológica.
A partir de então, o psicólogo poderá fazer uma avaliação individual, para que haja um maior entendimento entre ambas as partes e para que ele consiga absorver todas as angústias e incertezas trazidas pela paciente. Em um segundo momento, o atendimento pode ser estendido aos familiares próximos. Afinal de contas, é na família que essa paciente buscará apoio e acolhimento. Além disso, a inserção da família nesse processo favorece a aceitação da doença e a reabilitação, influenciando na melhoria da qualidade de vida da mulher vítima do câncer.
Encontrar apoio em diferentes relações restabelece a segurança dessas mulheres que, com o devido cuidado, percebem que a autoestima e a saúde física podem ser recuperadas. Mas assim como o diagnóstico do câncer, quanto mais cedo for a identificação – e aceitação por parte da paciente – do transtorno psicológico, melhores serão os resultados.
Se você está passando pelo tratamento de câncer de mama ou se acabou de receber o diagnóstico, procure ajuda psicológica. Receber a notícia de uma doença sempre causa angústia, ansiedade e receios, quando a doença vem carregada de um estigma tão grande a saúde mental sofre ainda mais.
Siga firme na luta. A gente cuida de você.