Sempre falamos por aqui sobre medidas que ajudam a controlar a ansiedade, e também sabemos que o comportamento ansioso é, muitas vezes, aprendido, por isso crianças que convivem com pais ansiosos têm maior probabilidade de desenvolver o mesmo tipo de comportamento.
Mas, e se pudéssemos ser ensinados como prevenir a ansiedade? Pesquisas apontam que isso é possível, pelo menos em partes, através do investimento em intervenções psicológicas que tentam mudar a forma como as pessoas pensam usando estratégias como terapia cognitiva comportamental ou interpessoal.
É isso mesmo, um estudo que revisou outros 29 ensaios clínicos randomizados (36 comparações), que, ao todo, incluíam 10430 pacientes, de 11 países em 4 continentes, e mostrou uma pequena, mas estatisticamente significativa, influência positiva de intervenções psicológicas preventivas e/ou educacionais para a ansiedade.
Como comentamos no início desse texto, o comportamento ansioso pode ser “adquirido” já que é resultado de um ciclo que inclui a forma como a pessoa pensa e as emoções resultantes desses pensamentos. O diferencial das terapias investigadas nesse grupo de intervenções é exatamente o fato de que estão focadas nesses três aspectos (pensamentos, emoções e comportamentos) e trabalham técnicas que procuram modificar os padrões de pensamentos e crenças disfuncionais que podem causar e manter o sofrimento emocional ou problemas psicológicos.
São vários os pensamentos limitantes que construímos durante as nossas vidas: “eu não sou capaz”, “eu não sou bom o bastante”, “eu não vou conseguir”…, sei que cada um de nós seriamos capazes de citar uma infinidade de exemplos de pensamentos negativos que nos assombram na hora de tomar uma decisão e são eles que, na maioria das vezes, dão origem à ansiedade, ao medo, ao pânico. Por isso, quando a pessoa com tendências ansiosas tem contato com esse tipo de acompanhamento que propõe “uma nova forma de pensar” ela estará mais preparada para lidar com seus pensamentos e emoções e controlar o seu comportamento frente a eles.
Diante disso, o que os pesquisadores ressaltam é que, embora modestos, os resultados sugerem que intervenções preventivas psicológicas e / ou educacionais para a ansiedade devem ser desenvolvidas e implementadas.
Mas vale lembrar que vários fatores estão incluídos no tratamento de transtornos psicológicos: exercícios físicos, terapia, interrupção do uso de substâncias químicas que criam dependência, reestabelecimento ou aperfeiçoamento de relações pessoais, uso de medicamentos, etc.
Ou seja, ainda que seja de extrema importância educar e promover ações de intervenção psicológica, nada substitui o tratamento das mesmas. A associação entre a psicoterapia e uso de medicação (nos casos em que é indicada) continua sendo a principal recomendação de tratamento, tudo que se discute além disso são estratégias de suporte e prevenção às doenças.
O Dr. Bruno Caetano e o Dr. Marcelo Davi trabalham com a abordagem da Terapia Cognitivo Comportamental. Quer tirar suas dúvidas sobre como controlar a ansiedade usando a TCC? Agende uma consulta para conhecê-los!