Sempre enfatizamos a importância do equilíbrio entre corpo e mente. Mas, muitas vezes, esquecemos que médicos, apesar de cuidadores, também podem se tornar pacientes.
Isso é particularmente grave quando se trata de saúde mental, já que pesquisas indicam que a saúde mental de médicos pode ser diretamente impactada pela própria profissão.
Isso acontece antes mesmo de se graduar. Entenda:
Durante um estudo desenvolvido na Universidade de Michigan, uma pesquisadora brasileira, inclusive, observou que a condição psicológica dos médicos depende do programa de residência frequentado no primeiro ano de treinamento médico.
Segundo os dados obtidos para a pesquisa, foi possível perceber que entre os fatores que predispõem aos maiores índices de depressão, encontrou: programas de residência em medicina interna; com horas de trabalho mais longas; com menor retorno do corpo docente e experiências de rotação de treinamento de pacientes internados menos valiosas. O mesmo foi observado com os programas que formam médicos para seguir carreiras focadas em pesquisa.
Em todos esses casos notou-se maior predisposição a sintomas depressivos. Um dado que preocupa, já que, como sabemos, a depressão é uma doença mental incapacitante e que prejudica diversos âmbitos da vida pessoal, profissional e afetiva das pessoas acometidas.
Diante disso, a conclusão que fica é que precisamos ter atenção com a saúde de quem cuida, afinal, o objetivo de todos é, no fim das contas, se manter saudável.
Para isso, talvez seja necessário repensar as cobranças que circundam a formação e o exercer da profissão, bem como fornecer a esses profissionais assistência psicológica para que possam cumprir a sua missão: promover saúde.
Fonte: Writing in the journal Academic Medicine.