Padre Fábio de Melo, o jornalista Ricardo Boechat, Fernanda Lima, Robin Williams, Van Gogh, e Winderson Nunes. Você provavelmente conhece esses nomes, mas sabe o que eles têm em comum? Todos enfrentam ou enfrentaram a depressão em algum momento de suas vidas.
Em alguns dos casos, como o de Van Gogh e Robin Williams, o desfecho dessa história não foi o esperado. Ambos sofriam com episódios graves de depressão e acabaram cometendo suicídio.
No entanto, esse é um post para irmos contra paradigmas e imagens estereotipadas. Por isso, saiba também que NEM TODO DEPRESSIVO PENSA EM SUICÍDIO .
Tendo isso colocado, analisar essa lista de nomes prova que não importa classe social, cor da pele: todos estão suscetíveis a conviver com transtornos psicológicos e psiquiátricos.
Para lidar com a depressão, o primeiro passo é obter informação de qualidade. Afinal de contas, o senso comum de que se trata de frescura, ou falta de vontade, ou ainda “falta de Deus”, não contribui em nada para a superação do problema. Pelo contrário, muitas vezes, essas frases prontas apenas fazem com que os pacientes que lidam com a depressão se culpem ainda mais pelo seu estado mental, acreditando que a condição é fruto das suas próprias atitudes.
No entanto, por outro lado, devemos entender que a depressão não se trata apenas de um desequilíbrio bioquímico.
O cérebro humano, como um todo, ainda é um mistério para a ciência, e ainda há muito o que ser desvendado. A depressão, até onde se sabe, é resultado de diversos fatores, incluindo genética, bioquímica, anatomia e fatores externos como traumas e estresse. Entenda mais sobre cada um deles a seguir:
NEUROTRANSMISSORES
O famoso fator bioquímico entra aqui: sabe-se que pessoas diagnosticadas com depressão apresentam um desequilíbrio nos neurotransmissores. Isso porque os neurotransmissores se tornam hipersensíveis ou insensíveis a substâncias químicas que garantem a transmissão de mensagens entre um neurônio e outro, o que altera sua resposta. Também é comum que haja um desequilíbrio na produção dos neurotransmissores.
É nisso que os medicamentos ajudam: os antidepressivos intervêm nesses sistemas levando ao aumento dos neurotransmissores entre os espaços entre um neurônio e outro. No entanto, cientificamente, essa ação não é suficiente para justificar a tese de que é apenas o “desequilíbrio químico” que causa a depressão.
ESTRESSE
Primeiramente, estresse não é, necessariamente, o que você sente antes ou após uma reunião cansativa. O estresse é um mecanismo fisiológico fundamental para a nossa sobrevivência, já que é ele que nos mantem alerta sobre perigos e riscos. Sem ele, provavelmente nossos ancestrais não teriam sobrevivido.
Um dos gatilhos fisiológicos do estresse é a liberação de hormônio liberador da corticotropina que, por sua vez, leva à liberação de um outro hormônio, o cortisol. Esse hormônio prepara o corpo para lutar ou correr, por exemplo. Entre os efeitos estão: coração batendo mais forte, músculos tensos, respiração acelerada e suor, é também nessas situações que nossa atenção e sentidos como audição ficam mais aguçados.
No entanto, o estresse não é só um fator fisiológico, ele estruturas do cérebro, como o córtex cerebral, a amígdala, o tronco cerebral e a concentração de neurotransmissores no cérebro.
O que tudo isso tem a ver com a depressão? Estudos mostraram que pessoas depressivas tipicamente têm níveis elevados de hormônio liberador da corticotropina. Ou seja, estabelecem uma relação entre o estresse a doença mental.
CÉREBRO
Como citado no tópico anterior, estruturas cerebrais têm relação com o estresse, e o que se acredita é que ele possa suprimir a produção de novos neurônios [células nervosas] no hipocampo
Mas não é só isso. Sabe-se também que a amígdala, uma parte do cérebro associada a emoções como prazer, dor, tristeza e medo, tem um nível de atividade maior entre pessoas deprimidas.
GENÉTICA
Sabemos que os genes tem um papel crucial na nossa saúde física e até mesmo na nossa aparência. Basta olhar para nossos parentes de primeiro grau para identificar várias semelhanças. Mas a carga genética também tem seu papel na saúde mental, embora o risco de você “herdar” depressão de um parente de 1 grau varie entre apenas 1,5% e 3%, no caso de você ter um irmão gêmeo univitelino com o transtorno, suas chances aumentam para 60 a 80% de desenvolver o mesmo problema.
SEPARAÇÕES E TRAUMAS
Estudos apontam, e a experiência profissional também, que separações e traumas na infância resultam em maiores chances de diagnóstico de sintomas depressivos na vida adulta.
Muitos pesquisadores também acreditam que traumas na infância levam a mudanças no funcionamento cerebral, que contribuem para sintomas de depressão e ansiedade.
Conte com a nossa equipe para tratar esse transtono que prejudica o desempenho físico e mental de cerca de 6% da população Brasileira. Você não está sozinho. Depressão tem tratamento.