Qual a importância de pertencer a um grupo?
A nossa experiência pessoal poderia ser o suficiente para entendermos que a sensação de pertencimento é fundamental para a nossa saúde mental. Quando nos sentimos parte de algo, tendemos a agir com mais otimismo e felicidade e encontrar nesse grupo o apoio necessário para superar as adversidades.
Mas não é só a experiência pessoal que diz isso, é a ciência!
Ao analisar dados nacionais referentes a cerca de 14 800 pessoas, um estudo examinou associações entre família e escola na adolescência e comportamentos de risco de saúde auto-relatados e experiências na vida adulta, incluindo sofrimento emocional, pensamentos e tentativas de suicídio, vitimização e perpetração de violência física, vitimização de parceiros sexuais e sexuais, múltiplos parceiros sexuais, uso de preservativos, diagnóstico de infecção sexualmente transmissível (IST), uso indevido de medicamentos e outras drogas ilícitas.
O estudo apontou o que já se esperava e muito mais: os dados sugerem que experiências na adolescência podem estar relacionadas a alguns de nossos problemas mais urgentes de saúde pública, incluindo altos índices de doenças sexualmente transmissíveis e aumentos de overdoses e suicídios de drogas.
Confira os dados obtidos nessa pesquisa:
– Adolescentes que se sentem conectados à família e à escola são 65% menos suscetíveis a usar drogas ilícitas ou uso indevido de medicamentos na vida adulta.
– Uma redução de 54% nos diagnósticos com uma DST na vida adulta.
– Auto-relato de redução de 51% em situações onde se viram como vítimas de violência física nos últimos 12 meses.
Portanto, os jovens se sentem engajados e cuidados em casa e na escola podem ter benefícios substanciais para a saúde que duram muito além da adolescência, sugere um novo estudo do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
O que esse estudo tem de tão impactante para a nossa realidade? Saber e entender a profundidade da importância do sentimento de pertencimento na fase de formação pode mudar significativamente as políticas públicas de saúde, afinal de contas, esses dados sugerem que investir em engajamento é uma excelente maneira de evitar diversas doenças mentais e físicas.
Então, se você tem filhos e está pensando no seu futuro, invista no agora. Seja presente em suas vidas e incentive a pratica de esportes ou atividades extracurriculares nas quais eles se sintam felizes por fazer parte de um grupo. Isso fará a diferença!
Veja dicas de como fazer isso, segundo o próprio CDC:
– Apoiar a participação em clubes de estudantes na escola: esses clubes criam um espaço seguro para os alunos se socializarem, apoiarem-se mutuamente, promoverem a inclusão e se conectarem com a equipe de apoio da escola.
– Facilitar atividades positivas de desenvolvimento de jovens: oferecer programas de orientação, de trabalho voluntário na comunidade ou conectar alunos a programas comunitários pode fortalecer o senso de identidade dos jovens, sua crença no futuro, auto-regulação, auto-eficácia e competências social, emocional, cognitiva e comportamental.
– Fornecendo desenvolvimento profissional desde a sala de aula: nada de incentivar a competição e disputa entre colegas por nota. O melhor a se fazer é reforçar o comportamento positivo através de elogios e estabelecer regras, rotinas e expectativas realistas. Essas pequenas atitudes promovem níveis mais altos de conexão no ambiente escolar.
– Práticas parentais positivas: As escolas podem fornecer aos pais e famílias recursos que promovam a comunicação aberta e honesta e, principalmente, não-violenta. Além disso, a supervisão dos pais é uma prática que pode fortalecer as conexões dos adolescentes com a família.
Fonte: Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC)