Quem não gosta de ouvir uma boa música, não é mesmo? Seja para relaxar, ter maior concentração durante a realização de alguma tarefa ou simplesmente extravasar emoções, sejam elas positivas ou negativas.
Mas por que a música nos emociona? Além dos aspectos culturais que a música carrega (vide a especificidade musical de cada país), o que nos emociona tem muito a ver com nossas memórias. Por exemplo, a pesquisadora Patrícia Vanzella, em entrevista ao Nexo, afirma que foi possível perceber, em seu trabalho de resgate de memórias autobiográficas em idosos, que músicas associadas à adolescência são mais eficientes para evocar lembranças.
Mas não é só a memória. A música envolve muitas funções mentais que usamos em outros domínios, como por exemplo, atenção, planejamento motor e sincronização. Mas, isso você poderia perceber facilmente ao tentar dançar enquanto ouve uma música de um ritmo específico, ou muda para outro, ou ouve uma canção que te lembra da “sua época”.
O que talvez você não saiba é como a música age nos nossos cérebros, mas isso a neurociência explica:
Nos últimos tempos, ela tem sido amplamente estudada, afinal de contas, como você viu anteriormente, permite analisar vários aspectos e processos que acontecem no nosso cérebro.
Estudos mostram que essas emoções evocadas pela música modulam atividades em praticamente todas as estruturas límbicas e paralímbicas do nosso sistema nervoso, que são estruturas envolvidas com emoção. Sabe aquela música que te causa um arrepio? Ela libera um neurotransmissor chamado dopamina (conhecido como neurotransmissor do prazer), que está envolvido no sistema de recompensa. O que isso significa em termos práticos? Que a música tem efeitos semelhantes ao prazer de se alimentar, fazer sexo e até mesmo ao uso de algumas drogas. Além disso, a música diminui ansiedade, pois diminui o nível de cortisol [hormônio do stress].
É um combo poderoso para a sensação de bem-estar do nosso corpo e mente, não é mesmo?
E não para por aí… Como citamos anteriormente, por estar envolvida em processos mentais de planejamento, motor e sincronização, estudos têm mostrado que a complexidade da sonoridade pode ajudar na recuperação de funções cognitivas e motoras em pacientes que tenham tido AVC e facilitar a comunicação em pacientes com transtorno do espectro autista.
Se você se interessou pelo assunto, recomendamos um documentário que fala sobre música e memória:
ALIVE INSIDE
Dan Cohen é o fundador da organização sem fins lucrativos Música e Memória. O grupo luta para provar que a música tem capacidade de combater a perda de memória, trazendo identidade para pessoas depressivas ou com problemas de esquecimento.
O projeto também tem documentário que mostra o poder da música. Além de ser uma boa maneira de entender melhor a ciência por traz dos usos que têm sido feitos da música, você com certeza vai se emocionar com as histórias.
Este documentário, além de contar com depoimentos de especialistas, mostra experiências de vários americanos que testemunharam a diferença que a música faz.
Documentário Alive Inside