Como ajudar um paciente em tratamento psiquiátrico?
Recentes estudos encontraram elevados índices, variando entre 20% e 56% na população adulta, de prevalência geral de transtornos mentais.
Sabe-se que a maioria das pessoas com algum transtorno mental não busca atendimento psiquiátrico, por razões que estão ligadas, muitas vezes ao estigma, medo, preconceito, ao desconhecimento da doença, falta de treinamento das equipes e profissionais para lidar com esses transtornos, falta de serviços adequados para atendimento psiquiátrico, entre outros.
Diversos são os fatores que predispõe o indivíduo ao desenvolvimento de uma transtorno mental: causas genéticas, dificuldades financeiras, estresse no trabalho, estresse familiar, etc.
Embora bem conhecidos e descritos nos critérios diagnósticos da psiquiatria, os transtornos mentais fazem com que seus portadores sejam descredibilizados e desrespeitados pelo próprio círculo de convívio social e familiar. Em vez de apoio e compreensão, as pessoas se deparam com o despreparo e preconceito, combinações que pioram ainda mais o quadro do paciente. Mais grave ainda é que na maioria das vezes as pessoas pensam que não passa de frescura, sem fazer o menor esforço para entender o problema. Assim, vale ressaltar que, o cuidar de amigos e familiares que sofrem com algum transtorno mental requer compreensão, empatia e acima de tudo respeito.
O fato é que fica mais fácil respeitar o sofrimento do outro quando buscamos entende-lo desvendando as origens e gatilhos daquele sofrimento. Em vez de apelar para taxar o sofrimento do outro de “fraqueza de espírito”, “frescura” o melhor caminho é se informar sobre a doença em questão: Como aquela pessoa se sente? O que a deixa bem e o que a deixa mal? Como posso fazer para ajudar a evitar surtos e crises? É preciso saber se colocar no lugar daquela pessoa que esta sofrendo, a isso chamamos de empatia!
Apesar de nem sempre estarmos 100% dispostos a atender a um amigo que precisa de ajuda, é importante acolher sempre que possível, é fundamental fazer um esforço para mostrar-se disponível sempre que possível.
Em crises ou surtos, os pacientes precisam saber que existem pessoas com quem podem contar, por pior que as coisas pareçam. Assim, sempre que sobrar um tempinho, tente marcar um jantar para converser, tire um minutinho, mande mensagens demonstrando interesse pelo tratamento e respeito pela condição enfrentada pela pessoa. É mais fácil acreditar na recuperação quando percebemos que aqueles que estão ao nosso redor torcem pelo nosso sucesso.
O incentivo ao tratamento psiquiátrico por si só já é uma ajuda, mas não questione ou desincentive o uso dos medicamentos, ou fale que tudo não passa de perda de tempo, isso desmerece a recuperação de quem precisa de ajuda! Em vez de colocar a pessoa para baixo, reforce os pontos positivos do tratamento e aponte os avanços obtidos, com um passo de cada vez.
Outro pilar importante e que tem mais contato com a realidade de dor e sofrimento dos pacientes em tratamento psiquiátrico são os familiares! Muitas das vezes a família muda para orbitar e acompanhar o problema e aí a exaustão tanto fisico como emocional começa a aparecer, por isso é fundamental o estabelecimento de limites! Os cuidadores muitas vezes são criticados, mas as vezes estão sofrendo mais do que a pessoa de quem estão cuidando. Não dá para fazer tudo por alguém, sempre. Quem ajuda e cuida de pessoas em tratamento mental precisa do próprio espaço para aliviar a carga e o estresse, senão acaba adoecendo junto.
A ajuda é bem vinda, estejam abertos e abram-se para sempre estender a mão ao próximo!