Nesse período, o aspecto emocional oscila muito e muitas gestantes acabam não se reconhecendo. Os hormônios têm lá sua parcela de culpa. Nos nove meses da gravidez, eles oscilam tanto que acabam afetando o comportamento feminino e a percepção da própria imagem.
Mas esse pode ser um período particularmente delicado para aquelas mulheres diagnosticadas com transtorno bipolar e/ou depressão previamente à gravidez, já que demanda planejamento familiar, tanto para o tratamento das condições psiquiátricas, quanto para o desenvolvimento saudável do embrião.
Apesar desses detalhes que envolvem o planejamento, muitas mulheres descrevem a gravidez como um período de relativo bem-estar mental, relatando humor mais estável, além de uma sensação de maior força e calma do que o habitual. Segundo publicação da Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares, a gravidez parece ter um papel protetor no desencadear de sintomas psiquiátricos.
Contudo, existe sempre o risco do aparecimento de uma crise depressiva, ou com menor frequência um episódio maníaco, principalmente se a medicação estabilizadora de humor tiver sido interrompida. As estatísticas (divulgadas na mesma publicação) revelam que cerca de 10% das mulheres grávidas podem apresentar sintomas depressivos de leve a moderado.
É por isso que a mulher precisa ser adequadamente acompanhada e tratada, não só durante a gestação, mas também no período de amamentação. Principalmente porque o período após o parto é de maior risco para a ocorrência de episódios das doenças do humor, como a conhecida depressão pós-parto.
Vale lembrar que nenhum destes transtornos é uma contraindicação para engravidar, desde que a mulher tenha o devido acompanhamento de seu psiquiatra e ginecologista e obstetra.
Fonte: ASSOCIAÇÃO DE APOIO AOS DOENTES DEPRESSIVOS E BIPOLARES.