Rubin “Hurricane” Carter , um boxeador famoso nos EUA foi preso injustamente em 1966 por triplo homicídio. Carter não havia cometido o crime, mas mesmo assim passou mais de 20 anos na prisão. A reação diante de tão grande injustiça é previsível: a grande maioria de nós iria espernear, se encher de ódio, entrar em depressão, querer vingança. Mas Carter percebeu que tinha uma escolha: ao invés de se quebrar, como muitos fariam, ele se recusou perder as únicas liberdades que ainda eram suas: suas atitudes, seus valores, suas crenças, suas escolhas. Na prisão ninguém conseguia encostar nele. Após finalmente ser inocentado após 20 anos de prisão, saiu das grades sem querer vingança do estado ou dos policiais e reiniciou sua rotina imediatamente. Nada pode quebrar sua alma. Ele se manteve incorruptível.
Nesses tempos de crise podemos aprender muito com Carter. A grande maioria das pessoas estão vivendo como se sua felicidade e suas escolhas dependessem exclusivamente do sucesso ou fracasso de um pedido de impeachment! Vemos multidões se arrastar em protestos destes ou daquelas natureza, como se a vitória política fosse a maior fonte de gozo, e o inverso, o pior pesadelo na Terra.
Temos essa mania de achar que nossa felicidade depende de fatores externos. Uma hora é o chefe que é muito enjoado, outra hora é aquele familiar inoportuno criando problemas, outra vez é aquela parte do corpo que desagrada, e, ultimamente, são as condições podres da política brasileira que impede a nossa tão sonhada felicidade!
O que os estudos mostram, no entanto, é que a nossa felicidade depende apenas 10% (só isso!) de fatores externos. Junte seu cachorro que late muito, seus filhos, seu cônjuge, suas possibilidades financeiras, sua casa, TUDO O QUE FOR EXTERNO E QUE DEPENDE DAS CIRCUSTÂNCIAS, e isso dará apenas 10% da sua felicidade. Ou seja, comprar uma casa nova não vai te deixar tão mais feliz como você pensa, ou, pelo menos, não à longo prazo. Os outros 90% estão divididos em fatores genéticos (50%) e hábitos/comportamentos.
Então se você está esperando uma votação do plenário para decidir se você será ou não feliz, dá uma olhada na história do Carter, ou do Victor Frankl, que é um psiquiatra que passou por 4 campos de concentração na Segunda Guerra Mundial. Nenhum deles deixou que circunstâncias adversas lhe roubassem o fundamental. Perder a paz por fatores externos é uma escolha. Você pode deixar que os políticos te roubem sua serenidade, seu tempo, e até mesmo seus amigos. Ou não. A escolha é sua.