Receber o diagnóstico de um câncer não é uma tarefa fácil, e a luta contra a doença torna-se uma batalha diária. Quem sofre com isso sabe bem que essa batalha vem acompanhada de muitas outras preocupações: a família também sente o “baque” do diagnóstico, vida social e profissional sofrem mudanças – as vezes drásticas…
Não é de se admirar que as emoções e a saúde emocional fiquem abaladas. Dados da Sociedade Americana de Radiologia Terapêutica e Oncologia mostram que os adultos sobreviventes a longo prazo de cânceres – indivíduos que viveram cinco anos ou mais após o diagnóstico inicial de câncer – têm quase duas vezes mais probabilidade de relatar sofrimento psicológico grave o suficiente para causar problemas – de moderados a graves – em situações sociais, de trabalho ou escolares em comparação com a população em geral. Já em comparação com adultos nunca diagnosticados com câncer, os sobreviventes foram mais propensos a relatar sofrimento psicológico grave.
Esses dados podem parecer pessimistas, mas não são. Eles são um alerta para a necessidade e importância de empoderar o paciente sobre seu adoecimento, trabalhando com estratégias interdisciplinares para enfrentar o mesmo.
Outro estudo, realizado pelo hospital Sant Pau de Barcelona, mostra que há uma sobrevivência de 89% em casos de câncer de mama em mulheres, mas apesar disso, elas não se sentiam saudáveis.
Qual a relação disso com o que comentamos anteriormente? Os pesquisadores acreditam que parte dessa sensação tem relação com o fato de que, acostumadas com a assistência recebida durante todo o processo de tratamento, as pacientes se sentem em um “limbo” quando deixam de precisar dele.
Por isso debate-se tanto a necessidade de um tratamento contínuo, que envolva uma equipe multidisciplinar. Assim, após o tratamento físico (quimioterapia, radioterapia, cirurgias…), esses sobreviventes podem tratar cicatrizes psicossociais deixadas pelo tratamento.
Resgatar a saúde psicológica e evitar o desgaste mental e a angústia diante da falta de informações também são fatores determinantes para a qualidade de vida durante esse momento. Por isso, a comunicação eficaz entre a família, o paciente e a equipe será um dos principais pontos do tratamento. A clareza de informações, os limites do diálogo e o cuidado para proporcionar ao paciente a certeza de não ser abandonado por ambas as partes, garantem uma melhor resposta ao tratamento.
Em resumo: saúde física e saúde mental devem andar juntas, principalmente em um momento de tantos conflitos internos.
Conte com a ajuda de nossos profissionais para encarar essa batalha. Sua saúde mental importa!
Referências: American Society for Therapeutic Radiology and Oncology. “Severe Stress More Common Among Long-term Cancer Survivors.” ScienceDaily. ScienceDaily, 24 September 2008.
El País, O dia seguinte para uma sobrevivente de câncer de mama.