E ai? Você é feliz? O quanto você é feliz? Pergunta difícil essa… E principalmente por que é preciso saber o que é felicidade para depois responder se somos ou não. E dependendo de cada definição podemos ser ou não felizes. E depois tem o problema de medir isso e saber o quanto. Então, antes de ir para essas respostas, precisamos entender o que é felicidade.
A busca da felicidade tem uma história muito antiga. Todos os povos já fizeram essas mesmas perguntas e cada um deles, em cada tempo, definiu felicidade de seu jeito próprio. Na Grécia essa discussão foi longa e assumiu duas grandes vertentes. Uma, que tem como maior representante o grande Aristóteles, definia felicidade como uma vida correta e com sentido, uma vida virtuosa. O prazer dos sentidos era importante mas não superior ao bem estar que vinha da alma. Essa felicidade era chamada Eudaimonia e você só podia dizer que era feliz no final de toda sua vida. Para outros, como Epicuro, a felicidade era ligada ao prazer dos sentidos, chamada de hedônica. Ele percebeu que o principal inimigo da vida feliz era a insatisfação.
Com o Cristianismo a felicidade se tornou algo ideal só alcançável depois do final da vida, no encontro com Deus. Várias sociedades viam a felicidade como algo que dependia da sorte e não de seu esforço ou do que você fazia ou deixava de fazer de certo ou errado. Tanto que a palavra felicidade nas línguas desses povos dava a idéia de que felicidade era algo que “acontecia” na vida de alguém e não era possível fazer nada para mudar isso.
A partir do Iluminismo, os filósofos europeus passam a ver a felicidade como felicidade hedônica mesmo. A vida feliz era a vida com mais prazer que dor. A felicidade passou de “acontecimento” a algo a ser conquistado. E um dos principais pilares era a liberdade. Existiram, é claro, várias formas de tratar isso na filosofia. E essa é uma questão sempre em discussão.
O que é ser feliz é um ponto de vista. Que muda inclusive de cultura para cultura. Os povos orientais veem a felicidade como algo muito mais ligado ao coletivo e à paz de espirito que os povos ocidentais. Isso é muito antigo lá: o Confucionismo definia a vida feliz como “reverência” pela humanidade e o Budismo como a compaixão dirigida ao outro. Nesse lado de cá do mundo a felicidade é mais individual, com maior busca de autonomia dentro da sociedade, com grande necessidade de reforço da auto-estima e muito mais baseada na emoção positiva.
E como ficamos hoje então? Para estudar a felicidade os cientistas precisaram ver tudo isso e definir o que iam medir criando um conceito de felicidade para o nosso tempo. Vamos ver isso na nossa próxima postagem.
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