A depressão pode causar uma sensação de extrema exaustão física e mental que prejudica a vida de quem sofre com a doença. Mas, aparentemente, os prejuízos da doença para o cérebro vão além disso, pois psicólogos da Universidade de Sussex descobriram uma ligação entre depressão e aceleração do envelhecimento do cérebro.
De certa forma isso não é uma novidade, já se sabia que pessoas com depressão ou ansiedade têm um risco aumentado de demência na vida adulta. O diferencial deste estudo é que ele fornece evidências abrangentes do efeito da depressão no declínio da função cognitiva global. Ou seja, conseguiram identificar o efeito limitante que a depressão pode ter nas funções cognitivas, causando problemas de concentração, dificuldade em tomar decisões, lapsos de memória frequentes, além de dificuldade em processar informações em adultos mais velhos.
É, de fato, uma descoberta preocupante, principalmente se considerarmos os números por trás da depressão. Mas as pessoas que vivem com depressão não devem se desesperar. Há maneiras de contornar o declínio nas habilidades cognitivas.
Para não se esquecer e manter sua mente ativa por muitos anos existem medidas preventivas: como se exercitar, praticar mindfulness e realizar tratamentos terapêuticos recomendados, como Terapia Cognitiva Comportamental. Essas alternativas podem ser úteis no apoio ao bem-estar, o que, por sua vez, pode ajudar a proteger a saúde cognitiva na velhice.
Além disso, a pesquisa serve de alerta para que levarmos questões de saúde mental sejam levadas a sério e pode contribuir para garantir que as provisões de saúde tenham recursos adequados.
Precisamos proteger o bem-estar mental de nossos adultos mais velhos e fornecer serviços de apoio eficazes àqueles que sofrem de depressão e ansiedade. Essa é a melhor maneira de salvaguardar as funções cerebrais até mais tarde na vida.
Fonte: A. John, U. Patel, J. Rusted, M. Richards, D. Gaysina. Affective problems and decline in cognitive state in older adults: a systematic review and meta-analysis. Psychological Medicine, 2018.